tag:blogger.com,1999:blog-81348849849964741212024-03-13T10:21:02.058-07:00À roda do meu umbigoPedacinhos do dia-a-diaMariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-24219642855513534282014-11-03T03:54:00.001-08:002014-11-03T03:54:44.458-08:00Insustentabilidade do ser "E essa é a minha virtude: não me enganar a mim, nem enganar ao senhor. Porque não vale a pena, o senhor não merece uma mentira".<br />
<em>Onze Minutos</em>, Paulo Coelho<br />
<br />
Esta é também a minha virtude. Não tanto porque os outros não mereçam o trabalho de inventar-lhes desculpas, mas porque dizer a verdade é uma libertação e, de certo modo, uma ousadia. Permaneço fiel a mim própria, mesmo que todos se afastem de mim. Porque, no fundo, eu tenho de fazê-lo para me sentir viva, para que não sinta que me defraudei. Mas a grande questão coloca-se: Será que são os outros merecedores desta transparência? Quem, no meu círculo de amigos, me dirá sempre o que pensa? Quem conhecerei de facto? E, no meio desta meia dúzia de frases, vejo como a complexidade destes pensamentos me impede de sentir-me como mais uma no meio da multidão. Deve ser por isso que me sinto sempre tão só... e tão profundamente magoada. <br />
Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-90575453157526591352014-01-10T09:05:00.000-08:002014-01-10T09:05:54.733-08:00Pantera Negra<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Consensual. Único. Humilde. O rei. Estas são algumas
palavras que definem o homem e o mito, cujo nome atravessou gerações, não só
pelos feitos futebolísticos, mas pela forma como esteve presente toda a vida no
seu clube do coração e na Seleção Nacional. Um verdadeiro embaixador do
futebol, do fair-play e de Portugal. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E o
rei faleceu precisamente um mês depois de Nelson Mandela e foi sepultado em dia
de Reis.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Juntamente com Amália, é reconhecido mundialmente como um
dos ícones de Portugal. A sua vida foi marcada pela pobreza do bairro da
Mafalala, depois pelo reconhecimento alcançado como jogador do Benfica e da
Seleção das Quinas. Vieram depois as lesões, as múltiplas lesões, a abnegação,
o ultrapassar da dor ao serviço do seu clube. O afastamento e o esquecimento.
Eusébio, depois do Benfica, jogou num clube da segunda divisão, jogou no Canadá
e nos Estados Unidos. Esteve afastado do mundo do futebol português, até
alguém<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ter feito ressurgir, qual Fénix
renascida, a figura do mítico jogador para o primeiro plano. Apesar dessa fase
negra, Eusébio foi ainda acarinhado e reconhecido até ao fim da sua vida, o que
não é comum em Portugal. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Os reis não morrem nunca. Portugal soube reconhecer o seu rei.
As múltiplas homenagens espontâneas prestadas no cortejo fúnebre, junto à
estátua, a cobertura dada internacionalmente, são provas inequívocas do
carinho, do valor que cada português dava ao seu ídolo. E é bonito de ver esta
espontaneidade, esta convergência de afetos em relação a Eusébio. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Depois também há o espaço para a polémica. As declarações
oportunistas e inoportunas. A questão dos custos da transladação para o Panteão
Nacional.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O aproveitamento político e
social da morte de um homem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Mas tudo isto será esquecido um dia. A glória, o
carisma, a força deste homem são imortais. Há pessoas que nunca serão
esquecidas, por mais que passem os anos. O tamanho que têm é incomensurável. Fazem
parte da história, são um bocadinho de nós, e por isso jamais
desaparecerão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Até sempre, Eusébio. <o:p></o:p></span></div>
Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-18379821314209309812014-01-03T02:37:00.001-08:002014-01-03T02:37:38.002-08:00Em 2013...
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Passei a passagem de ano na minha
casa, rodeada pela minha família, coisa que já não fazia há muito tempo. Assisti
à queda do primeiro dente de leite da minha filha. Preparei com emoção a vinda
da Fada dos Dentes. Emocionei-me ao ler a avaliação da pré, onde se destacava
que havia traços do carácter da minha filha que muitos adultos não possuíam.
Continuei a zumbar e a gostar cada vez mais das aulas, tornando-me assídua no
ginásio. Fortaleci amizades. Dececionei-me um bocadinho com uma das pessoas que
considerava uma das minhas melhores amigas. Levei amores de Azeitão para os
colegas de turma da pequenota. Participei em caminhadas diversas e em algumas
provas de atletismo (na caminhada). Fui a mais manifestações do que tinha
memória. Fui convidada para ser madrinha da minha turma de 12º. Fiz duas
escapadinhas. Assisti à tosquia de uma ovelha pela primeira vez. Participei na
primeira Color Run em Lisboa e adorei cada momento. Comprei uma máquina
fotográfica melhor. Fiz uma mini horta. Assinei a primeira fita da minha filha.
Dancei zumba com uma grande amiga, várias vezes. O cancro atingiu uma das
minhas amigas e levou uma das minhas colegas. Conheci o Buddha Éden e voltei ao
Mercado Medieval de Óbidos e à Kidzania. Lisboa foi o destino de dois passeios
maravilhosos que demos com olhos de turista. Andei no mítico 28, pela primeira
vez. Encomendei os primeiros livros escolares da minha formiguinha. Passei uma
semana de férias fabulosa no Algarve. Fui ao Festival do Marisco e assisti a um
concerto dos Xutos. Toquei numa raia, num dragão barbudo e num monitor da
savana. Voltei ao Zoo. Fui a uma zumba party. Passei a frequentar a catequese
de pais, para apoiar a catequese da filhota. Fui novamente convidada para ser
madrinha da minha turma de 12º. Fizemos uma mini sessão fotográfica.
Regressámos à Feira da Golegã. Ganhei diversos prémios em passatempos que
participei. Chorei de emoção ao ver-te ser atriz principal numa peça de teatro.
Perdi peso e voltei a ter um IMC considerado normal. <o:p></o:p></span></div>
Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-85498351458265346212013-01-08T02:18:00.001-08:002013-01-08T02:18:30.448-08:00E em 2013 vamos regressar a este cantinho. Ano novo, novos objetivos, maiores desafios. Ate ja!! :)Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-42866326904422931222012-05-30T08:11:00.001-07:002012-05-30T08:12:21.043-07:00Kiko<div style="text-align: justify;">
Esta semana entrei com uma amiga na <a href="http://www.kikocosmetics.com/eshop/pt">Kiko</a>. Eu já sabia da existência desta marca italiana e sabia que tinha produtos muito em conta, mas nunca pensei na variedade, nas múltiplas cores e nas embalagens atrativas que ia encontrar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de muita hesitação, já que a vontade era trazer uma embalagem de cada, vieram para casa comigo:</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYPI-gyC3pw9Tx1h1Nqkf6fYtZvQs07tjbKMwJWrDP9BO9TWmpg5LPNYOAxJFmqemfLcOo01O9JppJdilFQpHGzkvhW27HifW3Id92o5KjMSSYOqNxcSx7jGSCPPgMb9WBoK3_pBZWS9iA/s1600/V%C3%A1rios+014.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" rba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYPI-gyC3pw9Tx1h1Nqkf6fYtZvQs07tjbKMwJWrDP9BO9TWmpg5LPNYOAxJFmqemfLcOo01O9JppJdilFQpHGzkvhW27HifW3Id92o5KjMSSYOqNxcSx7jGSCPPgMb9WBoK3_pBZWS9iA/s320/V%C3%A1rios+014.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O verniz é um vermelho rosado, uma cor discreta, mas já veraneia. A <em>peeling mask</em> é uma máscara esfoliante renovadora, com um perfume delicioso. Ainda não experimentei nenhum dos produtos, mas fiquei fã e vou voltar para comprar mais umas corzinhas de vernizes (pelo menos...) ;)</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-27689075335381676472012-04-05T01:24:00.002-07:002012-04-05T01:28:17.024-07:00Livro<div align="justify">Adoro ler. Por esse motivo, é-me difícil selecionar apenas um livro que me tenha marcado, porque recordo-me de vários:</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">- qualquer um do Eça de Queirós, pela forma como escreve, pela qualidade da intriga e, sobretudo, pela atualidade constante dos seus escritos;</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">- <em>Monte Cinco</em>, do Paulo Coelho, pela mensagem maravilhosa que transmite;</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">- <em>Sintonia do Amor</em> de Nicholas Sparks, pelo final surpreendente e tão tocante. </div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-72317942183854452992012-03-16T15:08:00.001-07:002012-03-16T15:10:40.266-07:00DesafioEste desafio anda na blogosfera e decidi aderir também:<br /> 1. Livro<br /> 2. Mãe/Pai<br /> 3. Local<br /> 4. Amuleto<br /> 5. Foto<br /> 6. Sabor<br /> 7. Estação do ano<br /> 8. Amor<br /> 9. Mania/Superstição<br />10. Parte do dia ( manhã, tarde, noite)<br />11. Sobremesa<br />12. Cidade<br />13. Cheiro/Perfume<br />14. Calçado<br />15. Local de férias<br />16. Filme<br />17. Frase/Poema<br />18. Feriado<br />19. Série<br />20. Objecto<br />21. Maquilhagem<br />22. Lingerie<br />23. Solidão<br />24. Data<br />25. Medo<br />26. Comida<br />27. Sonho<br />28. Pessoa<br />29. Look<br />30. Sedução<br />31. SaudadeMariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-16009980008957704682012-03-16T13:46:00.001-07:002012-03-16T13:48:36.117-07:00Frase-chave do meu momento presente«Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.»<br /><br />Frase atribuída a Fernando PessoaMariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-19279392160051667712012-01-12T04:45:00.001-08:002012-01-12T10:43:37.349-08:00Dos filhos preferidosSobre o tema, tenho lido muitos comentários, sobretudo respeitantes ao artigo que veio na Visão há umas semanas atrás. Uns que assumem que, de facto, têm um filho preferido (!) ou que foram ou não filhos preferidos de alguém no passado; outros, revoltados, mostram-se absolutamente chocados com o facto de um pai poder amar mais um filho do que outro.<br />Quando eu era pequenina, achava que a minha mãe preferia a minha irmã mais nova. E isto apesar de os afetos serem os mesmos, os mimos e as oportunidades serem idênticos. Hoje percebo por que razão eu era mais ralhada e era quem apanhava mais: porque fui a criança/adolescente mais rebelde e mais desafiadora.<br />Hoje sou mãe de apenas uma filha. Não poderia gostar mais dela do que gosto. A forma como a amo é certamente a forma mais forte de se gostar de alguém. É tão profundo este sentimento, tão visceral, tão inexplicável... E se eu tivesse outro filho? Amá-lo-ia menos? Esquecer-me-ia deste amor que agora nutro e substitui-lo-ia pelo amor de outro ser pequenino? De certeza que não. Por isso creio que nunca teria um filho preferido. Com certeza não nego que poderia sentir um ou outro ponto em comum com um ou outro, mas preferir, gostar mais, privilegiar, acho que não. No fundo é como tudo na vida. Tal como eu não consigo decidir se gosto mais da minha mãe ou do meu pai. Há inúmeras coisas que gosto neles, outras que nem por isso (porque todos temos o nosso lado lunar), mas nunca poderia escolher um deles, se essa imposição me fosse feita. Continuo a crer naquela velha permissa que afirma que o nosso coração é elástico e que nele cabe muita gente... Pode ter prateleiras reservadas para pais, para filhos, para amigos, mas quem lá reside está em pé de igualdade.Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-87591834017682996312012-01-09T06:38:00.000-08:002012-01-09T07:17:46.958-08:00Poupança,marcas brancas e amaciador<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyp2VyRofNpnmMACpRskHMZ8Fxl4HzdMKY_zei-WhI4m7VyPV0A_eezFKgT7L-FpV_r0t3iYn1lBG3sWlS0YCCrhNdoqSoV6hKx0GhAfQtE5rmRMJ6bSE2hQUBAkhkg4wpBTy2foP32dsU/s1600/Lavanda"><img style="WIDTH: 240px; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5695646003588496578" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyp2VyRofNpnmMACpRskHMZ8Fxl4HzdMKY_zei-WhI4m7VyPV0A_eezFKgT7L-FpV_r0t3iYn1lBG3sWlS0YCCrhNdoqSoV6hKx0GhAfQtE5rmRMJ6bSE2hQUBAkhkg4wpBTy2foP32dsU/s320/Lavanda" /></a><span style="font-size:78%;"></span></p><br /><br /><p align="center"><span style="font-size:78%;">(imagem retirada da net)<br /></p></span><br /><br /><div align="justify">Se há palavra que simboliza este novo ano cá em casa é «poupança». Se os cortes previstos nos subsídios se multiplicam aqui por dois, é necessário fazer alguns reajustes e pensar duas vezes na altura de gastar dinheiro no hipermercado. </div><br /><div align="justify">Uma das formas de poupar alguns euros em cada ida às compras é apostar nas marcas brancas, algumas das quais tão boas ou melhores do que as marcas convencionais. Uma das compras acertadas que descobri há pouco tempo foi o amaciador de roupa do Pingo Doce, o Ultra Pro Lavanda e Camomila. Já tinha experimentado várias marcas, mas nunca ficava realmente satisfeita com os resultados, porque, depois de seca, a roupa ficava sem aquele cheirinho agradável. Esta marca alia a maciez com que os tecidos ficam, a um cheiro suave, perfumado, a lavado. E o preço é muito económico (cerca de dois euros e pouco), pois o amaciador é concentrado e dá para muitas dezenas de lavagens. Nota-se a diferença logo ao tirar a roupa da máquina. Magnífico! Aqui fica a dica, para quem não conhece. </div>E vocês? Que produtos brancos recomendam?Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-37078126959862511432012-01-01T13:27:00.001-08:002012-01-05T11:30:18.551-08:00Balanço de 2011Há um ano, mais coisa menos coisa, eram estes os desejos que me propunha a lutar para o ano de 2011. Vejamos o que foi cumprido ou não...<br /><br />- recuperar o peso anterior à gravidez; <span style="color:#3333ff;">(no comments, please!Neste momento pareço-me com a vaquinha do presépio em dias de abundança... if you know what I mean...)<br /></span>- aproveitar melhor o meu tempo, controlando mais o que gasto em frente ao computador; - <span style="color:#3333ff;">passei demasiadas horas no FB, mas este último mês de dezembro afastei-me praticamente<br /></span>- continuar a bloggar; <span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#3333ff;">FEITO</span><br /></span>- investir numa alimentação mais cuidada e equilibrada<span style="color:#3333ff;">;(ler comentário 1...)<br /></span>- fazer exercício físico;<span style="color:#3333ff;"> (cof, cof)<br /></span>- experimentar as vantagens da depilação definitiva;<span style="color:#3333ff;">Não cheguei a experimentar...<br /></span>- cuidar mais e melhor de mim; <span style="color:#3333ff;">Sem comentários...<br /></span>- ir ao teatro mais frequentemente; <span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#3333ff;">Não fui uma única vez.</span><br /></span>- fazer um total makeover no meu quarto; <span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#3333ff;">FEITO</span><br /></span>- investir mais nas amizades profundas que tenho, que, em virtude do bulício do dia-a-dia, são muitas das vezes descuradas;<span style="color:#cc33cc;"> </span><span style="color:#3333ff;">-melhorei ligeiramente, mas ainda há um caminho muito longo a percorrer...<br /></span>- apostar "no que ainda não foi feito"; <span style="color:#3333ff;">em realização<br /></span>- resolver questão pendente com a editora dos meus livros; <span style="color:#3333ff;">Não fiz<br /></span>- conhecer mais uma capital europeia; <span style="color:#3333ff;">Não fiz e agora, com os cortes da Troika, não me parece mesmo exequível...<br /></span>- ler mais; <span style="color:#3333ff;">Melhorou<br /></span>- fazer escapadinhas românticas, pelo menos, de três em três meses (4 x no ano); <span style="color:#3333ff;">Fiz duas, mas ainda com a pequenota...<br /></span>- ir a um spa; <span style="color:#3333ff;">Nop</span><br />- aprender uma língua nova (espanhol ou italiano);<span style="color:#3333ff;">Nop<br /></span>- ter mais um filho; <span style="color:#3333ff;">Nop<br /></span>- fazer madeixas louras no cabelo;<span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#3333ff;">FEITO</span><br /></span>- combinar jantarada só de amigas no dia dos meus 40 anos e dançar toda a noite; <span style="color:#3333ff;">Não fiz<br /><br /></span>Dá para notar que tenho sido persistente na busca dos meus objetivos? Em 2012 mantenho as mesmas metas... não faz sentido mudar se houve tanto que (ainda) não realizei!Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-82346358808324191212011-09-17T06:19:00.000-07:002011-09-17T06:21:07.674-07:00Poupança e ementa semanal<div align="justify">Planear refeições para toda a semana é uma forma inteligente de poupar em duas coisas importantes: gasolina/gasóleo e tempo, tão precioso nas nossas vidas ocupadas. De resto, se o fizermos num dia do fim de semana, não é assim tão difícil. Ora vejamos:<br />- Antes de mais, convém alternar entre refeições de carne e peixe. Atenção redobrada para quem tem filhos na escola, para que a criança não repita ingredientes nas refeições principais. A nossa ementa deverá ser suficientemente maleável, caso se detecte alguma repetição no cardápio;<br />- Atenção às datas de validade/conservação dos produtos. Opte por selecionar ementas com os ingredientes que já dispõe em casa;<br />- Faça listas de alimentos que possui na despensa, congelador e frigorífico. Assim as compras tornam-se facilitadas, porque sabe exatamente o que tem ou não em casa e o que precisa comprar.<br />- Diversifique. Escolha produtos diferentes nas ementas. Privilegie os alimentos sazonais. Arrisque e procure fazer coisas novas, de vez em quando.<br />Agora que começou o ano letivo, vou procurar estar mais atenta à gestão do meu tempo. Vou tentar disciplinar-me e ser mais organizada, porque há muita coisa que fica por fazer por não gerir adequadamente o meu tempo.<br />Esta semana, a ementa será a seguinte (jantares):<br /><br />2ª - Sopa. Peixe-espada grelhado, batata cozida e salada (rúcula, alface, tomate cherry e milho). Manga.<br />3ª - Sopa. Frango cozido e passado à frigideira, arroz branco e grelhos salteados. Maçã.<br />4ª - Sopa. Lulas à moda da D. Amélia com batatas a murro e bróculos cozidos.Pêra.<br />5ª - Sopa. Bifes de perú com fusilli e legumes estufados.Melão.<br />6ª - Sopa. Tranches de pescada com broa, batata e esparregado. Diospiro. </div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-67265659665845157692011-03-16T04:05:00.000-07:002011-03-16T04:58:25.137-07:00Scott Parazynski - lições de vida<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisTg9FVBRrI420gubZqGJVPKcEu_o4atm3mwOYDN8xYBluWv3ZQQvqz89FLc8-i4PBVug_YJAsEqKiuxCHhyphenhyphenqvrdlpBCuGduoPSu8u-nivMwPsUYg01Axbef7EwjM-1olyKXCOhAV1jenx/s1600/montagem+1.jpg"><img style="WIDTH: 320px; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5584641499343048850" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisTg9FVBRrI420gubZqGJVPKcEu_o4atm3mwOYDN8xYBluWv3ZQQvqz89FLc8-i4PBVug_YJAsEqKiuxCHhyphenhyphenqvrdlpBCuGduoPSu8u-nivMwPsUYg01Axbef7EwjM-1olyKXCOhAV1jenx/s320/montagem+1.jpg" /></a></p><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Quando a Embaixada dos Estados Unidos nos dirigiu o convite para estarmos presentes na sessão «À conversa com o astronauta Scott Parazynski», eu apenas supus que se tratava de mais uma palestra e mais uma visita de estudo. </div><div align="justify">Ao entrarmos no auditório do Pavilhão do Conhecimento, constatei que o astronauta era muito mais jovem do que eu estava à espera. E com as suas primeiras palavras, percebi que a sessão iria ser muito mais enriquecedora do que eu julgava a priori. A voz é pausada, suficientemente perceptível, num inglês cuidado e bem articulado. A presença de Scott é magnética, carismática. A simpatia, a humildade, o sentido de humor completamente desarmantes. </div><div align="justify">A sessão foi acompanhada pela projecção de fotos da sua vida. E contou-nos como tudo tinha começado num sonho de um rapazinho que ousou querer ser astronauta. Explicou-nos pormenorizadamente as suas missões no espaço, relatou-nos pormenores sobre a vida a bordo, sobre as emoções, sobre o ver a terra do espaço. </div><div align="justify">Em seguida, descreveu-nos a sua subida à montanha mais alta do Evereste. Scott foi o primeiro astronauta a fazê-lo. Descreveu-nos as condições terríveis, os perigos, a absoluta necessidade do outro. Confidenciou-nos que é mais perigosa e assustadora uma subida à montanha mais alta do mundo, do que estar em missão no espaço. Falou-nos do valor, da importância sem preço da equipa. E referiu-se simultaneamnete à sua equipa no espaço, composta pelos mais reconhecidos astronautas do mundo, e à equipa que o acompanhou na façanha do Evereste, constituída quer por montanhistas, quer pelos simples carregadores. Revelou que continua a sonhar, desta feita como médico, porque está envolvido em importantes pesquisas sobre o cancro e a forma de curar doenças.</div><div align="justify">De súbito, fiquei absorvida e encantada com o magnetismo deste homem. Como pode alguém tão importante ser tão terra-à-terra e tão humilde? Estive perante um homem que já esteve onde poucos humanos estiveram, que é simpático, nada arrogante, que nos conta dos seus sonhos como quem relata uma qualquer história que lhe aconteceu. Uma profunda admiração cresceu dentro do meu peito. É nestes momentos da vida que me sinto minúscula, que me sinto esmagada pela cultura, pela sabedoria de alguém. Lições de vida. E esta sensação faz-me sentir a necessidade de me ultrapassar, de conhecer mais, de me tornar melhor. De vez em quando, muito menos do que eu gostaria, sinto que alguém abala profundamente a minha vida rotineira, e me faz desejar mais. Porque há muitos homens, há alguns homens que sonham e há aqueles que sonham com o (im)possível, concretizam os seus desejos e continuam a ser audazes o suficiente para continuar a fazê-lo, uma, duas, muitas vezes. Porque nada é impossível e porque, realmente, o sonho comanda a vida. E se Scott Parazynski conseguiu, é porque não cruzou os braços e ficou sentado à espera que a vida acontecesse. </div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-3520198354927000702011-01-19T05:00:00.000-08:002011-01-19T05:20:12.154-08:00À Pipoquinha, a todas quantas calam e sofrem em silêncio, fica <a href="http://arodadomeuumbigo.blogspot.com/2008/04/palavra-de-prata-o-silncio-de-ouro.html">aqui </a>um post que já esteve publicado e que estava guardado no arquivo, em rascunho. Porque é posssível voltar a sorrir de novo! :))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-7417841330628429642011-01-10T07:57:00.000-08:002011-01-10T08:11:17.458-08:00Num quarto de hotel ao pé de nós<div align="justify">Aconteceu um assassinato horrível de uma pessoa, conhecida por sinal. Podia ser um anónimo, mas não era e isso também não faz diferença alguma. O que faz diferença e que a mim me toca profundamente, para além do tirar a vida de mais um ser humano, é isso ocorrer com pessoas que, alegadamente, se conheciam intimamente. E este caso trouxe-me à memória o crime horrendo de Fortaleza, em que um amigo mandou matar outros seis amigos, movido apenas pelo interesse material. </div><div align="justify">Assusta-me este mundo em que vivemos. Causa-me espanto, perplexidade e medo perceber que num clique tudo pode mudar e que por mais que conheçamos o outro, podemos nunca lhe adivinhar as ideias, a traição, a maldade. Não há aí casamentos sem amor que escondem a violência conjugal por detrás?-.. mães que matam os filhos... filhos que batem nos pais... amigos que traem, que vendem, que matam?... </div><div align="justify">Depois vêm as anedotas, a piadola fácil sobre o tema... como se o que estivesse em questão fosse mais a preferência sexual do falecido do que a gravidade do assassinato. Que mudou irremediavelmente a vida de duas pessoas e das suas respectivas famílias e grupos de amigos. Quem privou de perto e nunca suspeitou o desenlace fatal... Os pais que criaram um filho, um menino bonito, com estudos, com tudo para ser feliz... </div><div align="justify">Disto tudo fica a certeza que nunca conhecemos verdadeiramente o outro e, se calhar, nem a nós próprios. E o medo desse desconhecido, desse(s) mundo(s) encobertos que tentamos em vão procurar nas pessoas que nos rodeiam...</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-91627471479929459382011-01-05T05:51:00.000-08:002011-01-05T07:16:09.180-08:00A estranha leveza da amizade<div align="justify">Estranhas as amizades hoje em dia...</div><div align="justify">Tenho vindo a descobrir que as amizades, pelo menos na minha vida, tem um novo significado com o passar dos anos. Quando era criança, amigos eram os filhos dos amigos dos meus pais. Entramos depois para a escola e temos a liberdade de escolher os nossos próprios amigos.Porém, normalmente, estes duram o tempo de um ano lectivo, porque não havia recursos na altura para que a amizade fosse perpetuada. A distância matava as emoções e fazia com que nos fossemos desligando. </div><div align="justify">Lembro-me que, com doze anos, tive a minha primeira grande amiga. Passou a ser das pessoas mais importantes para mim, era com ela que partilhava a minha vida toda, a quem pedia conselhos, parecia ser à face da Terra a única que verdadeiramente me compreendia. Durante toda a adolescência, ela esteve presente. Afastámo-nos um pouco por volta dos 18/20 anos, para depois continuarmos a ser grandes amigas. Até ao dia em que eu casei e ela não apareceu. Sem justificações lógicas e com uma explicação que vim a comprovar ser mentira. Curiosamente, deu a mesma desculpa ao seu melhor amigo, que fora o meu primeiro namorado. E como mais depressa se apanha um mentiroso... desliguei-me aos poucos, pela distância, pela desilusão, pelo bulício do dia-a-dia. </div><div align="justify">Desde aí mantenho amizades que duram há vinte anos. Mesmo que só nos vejamos três ou quatro vezes por ano, sabemos que aquelas pessoas estão ali. É certo que o facto de estarmos longe, de estarmos casadas, de termos filhos com idades diferentes também não é um factor de maior aproximação. Mas sinto saudades do tempo em que as amigas partilhavam mais o dia-a-dia.</div><div align="justify">E depois vêm as amigas que vão aparecendo do nada na nossa vida. Pessoas com quem antipatizámos ao primeiro contacto e que descobrimos depois na adversidade. Com quem descobrimos todas as vezes que estamos juntas que temos mais e mais pontos em comum. Que sabemos que são daquelas amigas que estão para o bom e, sobretudo, para o mau. Que riem connosco, que pensam em nós, que nos dão colo e a mão quando caímos.</div><div align="justify">Depois há as amigas que aparecem e desaparecem, como se nada fosse. Que nos convidam para os aniversários dos filhos e que desaparecem o resto do ano. Que nos usam quando precisam e depois se esquecem de retribuir. Que só têm silêncio para oferecer. E que se admiram depois de não terem amizades verdadeiras para contar... </div><div align="justify">E ainda há, para gáudio da minha vida, aquelas que conhecemos da forma mais improvável, com quem nos sentimos nós próprias, com quem começámos por partilhar coisas pequeninas e depois progressivamente maiores. Aquelas que nos surpreendem com um telefonema, um sms, uma mensagem no FB... e quando reparamos já fazem parte da nossa vida, porque nos conquistaram.</div><div align="justify">É verdade o que diz a raposa d' <em>O Principezinho</em>: para que eu seja teu amigo, tu terás primeiro de me cativar. E aí sim, eu aprenderei a distinguir o ruído dos teus passos de todos os outros... qualquer coisa assim. </div><div align="justify">Acho que hoje em dia as pessoas se esqueceram de cativar. Usam mais do que devolvem, querem mais do que dão. Engraçado como tenho tantas amigas que lancham na minha casa, mas que nunca me convidaram para um lanche na delas. Engraçado como, na maioria das vezes, acabo por mandar mais sms e telefonar mais do que receber telefonemas. Bom saber que vou a tantos e tantos funerais e que quando o luto me tocou a mim, não tive ninguém do meu lado. </div><div align="justify">Bater com a cabeça, faz com que criemos resistências maiores, mas também que acabemos por nos resguardar mais. Com que nos desiludamos e nos perguntemos mil vezes por que motivo é que nos acontecem sempre estas coisas... </div><div align="justify">Não será possível manter as amizades e fazê-las crescer ao longo da nossa vida? Sem hipocrisias, sem "caganças", só com o coração puro e vontade de ajudar/apoiar o outro, dando e retribuindo, partilhando e comunicando? É este século o mais solitário de todos? Tantos recursos para falarmos, tanta tecnologia, mas tanta solidão... Para que servem os amigos das redes sociais, se eles não estão nem partilham da nossa vida? Às vezes, a história do coveiro da reportagem da Sic que tinha centenas de amigos, mas que não tinha ninguém na sua vida, faz acreditar que há muitas mais situações idênticas no país e no mundo. E que permanecemos iludidos muito mais do que queremos admitir...</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-28109959742943576682010-12-30T06:13:00.000-08:002010-12-30T06:32:04.427-08:00Desejos para o novo anoMais um ano que passa, deixando para trás, apesar de tudo, a memória de coisas boas e o fel das coisas más. Mais um ano de crescimento, mais um ano de projecto adiados... Foi um ano bom, este. Adorei as nossas férias de verão, fortaleci algumas amizades embrionárias, vi a minha filha tornar-se uma menina, em vez da bebé cor-de-rosa e rechonchuda. Aprendi coisas novas, mas há ainda tanto que fazer... pode ser que este seja o ano da verdadeira mudança, ou, pelo menos, do limar de arestas, do polir cantos e recantos da vivência quotidiana.<br />Ano novo, vida nova... se é atribuído ao número um uma simbologia de iniciação, eu vejo neste novo ano que está prestes a emergir uma nova oportunidade para melhorar, para aproveitar cada momento, para ser mais feliz. Por isso, vou traçar aqui alguns objectivos que pretendo atingir nestes 365 dias que se aproximam:<br /><br />- recuperar o peso anterior à gravidez;<br />- aproveitar melhor o meu tempo, controlando mais o que gasto em frente ao computador;<br />- continuar a bloggar;<br />- investir numa alimentação mais cuidada e equilibrada;<br />- fazer exercício físico;<br />- experimentar as vantagens da depilação definitiva;<br />- cuidar mais e melhor de mim;<br />- ir ao teatro mais frequentemente;<br />- fazer um total makeover no meu quarto;<br />- investir mais nas amizades profundas que tenho, que, em virtude do bulício do dia-a-dia, são muitas das vezes descuradas;<br />- apostar "no que ainda não foi feito";<br />- resolver questão pendente com a editora dos meus livros;<br />- conhecer mais uma capital europeia;<br />- ler mais;<br />- fazer escapadinhas românticas, pelo menos, de três em três meses (4 x no ano);<br />- ir a um spa;<br />- aprender uma língua nova (espanhol ou italiano);<br />- ter mais um filho;<br />- fazer madeixas louras no cabelo;<br />- combinar jantarada só de amigas no dia dos meus 40 anos e dançar toda a noite;<br />20 desejos, 20 projectos a que me vou entregar de "alma e coração" no próximo ano.<br />Daqui a 12 meses, espero estar a redigir um post em que os tenha cumprido a todos...Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-31626148773460948592010-07-04T16:41:00.000-07:002010-07-13T07:01:04.414-07:00LoucuraSe tu soubesses<br /><br />Que a sombra do que eu sou<br /><br />tem mergulhada o sonho e a ilusão;<br /><br />Se tu visses o meu coração<br /><br />ferido, cicatrizado, ensanguentado<br /><br />pela tua insensatez e mentira;<br /><br />Se tu conhecesses<br /><br />a dor, o desalento, o desespero<br /><br />que me deixaste em vez do amor;<br /><br />Saberias que tudo o que fazes é pouco<br /><br />para mitigar a sede de amor<br /><br />e a fome de compreensão que tenho no peito.<br /><br />Porque perceberias que nunca mais apagarei<br /><br />A dor que deixaste, o frio intenso,<br /><br />os sonhos inacabados e o silêncio,<br /><br />a incompreensão, a dúvida, a mentira<br /><br />a falsidade, a injustiça, a ira.Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-22408004305414683072010-05-26T06:46:00.000-07:002011-07-07T05:37:15.226-07:00Para quem merece<div align="justify">Ontem, deambulava eu pelos blogues, como é habitual à hora de almoço, quando li uma frase num deles que resume aquilo em que eu acredito, mas, paradoxalmente, nunca faço. A frase era: «não tratemos como prioridade, quem nos trata como opção».</div><br /><div align="justify">A frase passou todo o dia a matraquear na minha cabeça. Na minha vida tenho sido vezes demais a opção de muita gente, referindo-me a amizades, claro está. Pessoas de quem eu gosto bastante, que me tratam como segunda escolha ou opção, ou que se lembram de mim, em penúltima instância. </div><br /><div align="justify">Com o amadurecimento, percebo que, cada vez menos, posso confiar nas pessoas com quem senti uma forte empatia inicial. E, se quando era adolescente, só firmava amizades com pessoas de quem tinha "gostado" da cara (costumava dizer que quando olhava para alguém sabia logo se gostava ou não), cada vez mais percebo que há pessoas com quem sentimos empatia e que se tornam valiosas amigas, há aquelas com quem a coisa funciona bem, durante uns tempos, e, por fim, há os que nos surpreendem e cuja amizade vai-se desenvolvendo com a descoberta de personalidades e de pontos de referência. Estes são os que acabam por ficar mais tempo nas nossas vidas. </div><br /><div align="justify">Fico triste por perceber que hoje em dia é difícil fazer amigos. Cada um tem a sua vida e parece que as pessoas se esquecem do outro, que se recusam a partilhar, a conviver. Custa-me que não haja convites para estar junto. Se eu quero almoçar com amigos, convido-os para cá virem a casa, mas não há depois um retorno, nada. Hoje em dia há muito egoísmo e ingratidão. Já poucas pessoas fazem coisas pelos outros por amizade, por desinteresse. E parece-me que sou sempre eu a enganada, a desiludida, a que nunca aprende. </div><br /><div align="justify">Ontem, aquela frase fez todo o sentido. E, pela primeira vez, recusei o irrecusável, fui firme e coloquei-me como a minha prioridade número um. </div><br /><div align="justify">Tenho uma amiga recente com quem partilho muita coisa. Trabalhamos juntas e somos amigas há cerca de dois anos e meio. Ela sabe imensa coisa sobre mim, inclusivamente, segredos incontáveis. Nunca fomos a casa uma da outra e a nossa amizade subsiste pelo contacto diário e por telefonemas e inúmeras mensagens nas férias. A amiga teve bebé, um bocadinho antes de tempo. Precisamente num fim-de-semana em que eu cá não estava. Como não a pude visitar na maternidade, como tínhamos combinado (ela sabia que a minha escapadinha estava marcada há meses), fiquei de ir lá a casa. Que eu não sei onde fica. Entretanto, como o bebé dá noites más, a visita ficou adiada, «até ele ter um mês». Pois já tem. Quando tínhamos uma data aprazada, a amiga disse que teria de adiar, porque a empregada estava lá em casa nesse dia. A semana passada voltámos a combinar que seria esta quarta-feira. Telefonei-lhe na semana anterior, para ultimar pormenores. Ela não atendeu. Mandou mensagem a dizer que ligava na sexta. Não ligou, nem no fim-de-semana, nem na segunda. E ontem, minutos depois de ler a dita frase, mandou-me uma mensagem a perguntar se sempre ia visitá-la no dia seguinte. Fiquei furiosa: além de ser incapaz de cumprir o que prometeu, veio com uma desculpa que não tinha ligado, por que lhe dava mais jeito falar ao telefone só de manhã, por causa de o bebé poder acordar durante a sesta, ao ouvir a voz dela. (os sms não fazem barulho, pois não?). </div><br /><div align="justify">Fiquei mesmo chateada. Não gosto que se comprometam comigo e que não cumpram. E começou a fazer-me parecer que a única interessada no encontro estava a ser eu. Mandei então um sms de resposta, dizendo que não estava a contar ir visitá-la. Que tinha essa vontade e essa intenção, mas que, perante a ausência de resposta da parte dela, até aquele momento, tinha pensado que ela já teria outros planos. Que combinaríamos outro dia, quando lhe fosse mais oportuno. </div><br /><div align="justify">Então, desculpem lá, eu vou sair a correr do trabalho, calcorrear quilómetros, andar à procura em plena cidade de um sítio que eu nem conheço, só para ir a casa de quem parece que não me quer receber? Andei eu a fazer peditórios na escola, para comprarmos uma prendinha para a criança (a minha já está comprada há tanto tempo que daqui a pouco não vai servir...), ando eu a telefonar, a combinar, para ficar sem resposta durante uma semana? Vou eu abrir mão de uma tarde que posso aproveitar para adiantar trabalho, para isto? </div><br /><div align="justify">Não obstante, fiquei cheia de remorsos. Eu gosto desta amiga. E não entendo porque é que as coisas me acontecem sempre a mim. Se não lhe apetece que eu lá vá, porque sugere uma visita? Se não está com vontade de ver ninguém, por que é que não diz? Eu própria a coloquei à vontade nesse sentido. Para que é isto? Este tipo de atitudes só me fazem ficar aborrecida e constatar que eu desperdiço muito do meu tempo com pessoas que não sabem dar valor. Eu não sou de guardar rancores, mas fiquei triste, pronto. Vai passar-me, vou lá ver o bebé e vou voltar a cair no mesmo erro, vezes e vezes, sem conta.</div><br /><div align="justify">Mas hoje fiquei por aqui. Pelo menos hoje, eu só estou para quem merece!</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-19052828543016311522010-05-26T06:37:00.001-07:002010-05-26T06:46:03.841-07:00Regresso<div align="justify">Praticamente um ano depois do meu último post, apeteceu-me regressar. Houve muita coisa que mudou, há, por esse motivo, muita coisa a alterar aqui. Apenas a vontade de escrever permanece. </div><br /><div align="justify">Este blogue vai retomar a programação, dentro de momentos!</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-40768243325126099312008-09-03T05:24:00.001-07:002008-09-03T05:38:45.451-07:00Assaltos, roubos, crime e companhia<div align="justify">As notícias de abertura dos telejornais começam a ser previsíveis. Todos os dias há assaltos, roubos, crimes, homicídios... sempre perto de nós, e ,felizmente, vamos escapando incólumes a esta criminalidade crescente. E quando for connosco? </div><div align="justify">Ontem presenciei uma cena. Ao sair do supermercado, o segurança retém um homem. Este ia acompanhado por uma mulher que falava ao telemóvel, mas ela nem reparou e continuou a andar. O segurança pede a uma das raparigas da caixa para chamar a senhora, para que ela lá vá ter. A rapariga corre atrás da senhora e chama-a. A outra, como deve ter percebido o que se queria, maltratou-a verbalmente, disse-lhe que estava a falar ao telemóvel e que não ia. A rapariga voltou para trás, percebendo que se insistisse iria sobrar para ela. Toda a gente viu e ninguém fez nada. Nada! Eu também não, confesso. Eu? Eu não! Mas fiquei danada comigo própria, com as outras pessoas, com tudo isto. É fácil assaltar, roubar. Ninguém faz nada. O homem que lá ficou, passa a vergonha, quer dizer, não passa, que vergonha tenho eu, ele nem se deve chatear. Chama-se a polícia e ele é libertado. </div><div align="justify">Ia para casa, já no carro, e deu uma revolta enorme. Eu farto-me de trabalhar. Tenho uma vida normal, tenho dinheiro para as coisas básicas. Gostava de ter mais, pois gostava. Mas não ando aí a roubar! E os velhotes que ganham a reforma mínima, que é praticamente gasta em medicamentos, e que não têm o que comer, também não andam a roubar! E esta gente que rouba Whiskies de 12 anos, caviar, coisas caras, luxos, com que direito o fazem? Por que é que quem trabalha gasta dinheiro em pão e alimentos básicos e os outros que se calhar nem têm ocupação roubam? Mas que raio de sociedade é esta? Mas que impunidade lhes toca? </div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-60576926256659735982008-08-21T07:44:00.000-07:002008-08-21T08:42:38.765-07:00E se estivessem calados?<div align="justify">Nos últimos dias têm vindo a lume as declarações dos atletas portugueses que competem nos Jogos Olímpicos em Pequim. Após as eliminatórias, nas finais. As reacções de quem andou quatro anos a treinar e que não conseguiu a almejada medalha. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Acho que nós, portugueses, somos por vezes injustos em relação aos atletas que nos vão representar na Europa ou nas competições internacionais. A Selecção Portuguesa de Futebol, por exemplo. Na altura da partida, todos apoiamos, colocamos bandeiras nas janelas, visionamos os jogos com expectativa. Mas quando algum desaire nos toca, desistimos de apoiar. Como se os desportistas não quisessem fazer o melhor, como se a vitória fosse garantida. Os jogos, sejam de que tipologia forem, são jogos porque há que lutar para ganhar. Mas há um vencedor e os outros não o serão. E a sorte ou o azar têm de calhar a alguém.<br /></div><div align="justify">Também me faz muita confusão que não haja o mesmo tipo de apoio quando são os Jogos Paraolímpicos. Temos uma série de campeões, mas ninguém sabe o seu nome, ninguém dá conta dessas vitórias. Mas essa é apenas mais uma das coisas incompreensíveis do nosso povo.<br /></div><div align="justify">Mas deixa-me voltar à questão que me trouxe aqui. As declarações dos atletas portugueses. Os ditos de alta-competição. A par do treino físico, desconfio que os atletas deviam ter umas aulitas de chá, de formação cívica. É que há uma coisa na vida e no desporto chamada bom perder ou desportivismo. E a mim está a parecer-me que os nossos atletas reflectem a crise de valores que existe na nossa sociedade e que faz transparecer a ausência de esforço e de fair-play. A nossa Telma Monteiro garante que não alcançou o seu sonho, porque os júris estariam de certo modo comprados para fazer ganhar a atleta chinesa (influências do Apito Dourado, só pode!). A Naide Gomes até estava a ter um discurso coerente, dizendo que tinha feito o seu melhor, até ter a saída infeliz que ninguém tinha morrido, nem estava doente. Mas para mim, a melhor de todas foi a do atleta do lançamento de peso, Marco Fortes, que eu nunca tinha ouvido falar ( sim, eu sou daquelas infelizes que não liga nenhuma ao desporto). Para justificar-se, como se precisasse de o fazer, teve a feliz tirada de dizer que "De manhã só é bom é na caminha, pelo menos comigo". Por amor de Deus! Que raio de imagem é que estes atletas dão de nós? De preguiçosos, de pouco esforçados? Anda o Estado a financiar por quatro anos estes atletas para deixarem assim ficar a nossa imagem? </div><p align="justify">No mesmo dia, também Jéssica Augusto, após a eliminação na prova dos 3.000 obstáculos, anunciou que iria de férias. Abandonou a corrida dos 5.000 metros afirmando que não participaria porque "não vale a pena", dada a forte concorrência africana. (É alta competição, certo? Queria o quê, correr comigo?) Arnaldo Abrantes, eliminado nos 200m, justificou a sua fraca prestação com o facto de ter "bloqueado" quando viu o estádio olímpico cheio, enquanto Vânia Silva, eliminada na prova do lançamento do martelo, admitiu que "não é muito dada a este tipo de competições" (pensava que estava onde? A ver um jogo de futebol? O que é que andou então a fazer nestes últimos quatro anos?)<br /></p><div align="justify">Estou mesmo a ver, este ano, quando quiser marcar os testes para as 8.30 da manhã o que é que eu vou ouvir de alguém que tire uma negativa. É que se o atleta que nos representa pode invocar a hora da prova como desculpa, o mesmo poderá fazer um aluno de 15 anos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aqui deixo a minha sugestão: e se estivessem caladinhos? Ou pelo menos, se isso for inevitável, se calhar era uma ideia o Comité Olímpico ter a boa ideia de fornecer uma cabulazinha para que saibam o que dizer, pelo menos de forma politica e desportivamente correcta. Pode ser?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Nota: Admiro imenso a nossa Vanessa Fernandes, o Nélson Évora, o Obikwelu, o Gustavo Lima, entre outros, que revelaram a sua humildade, esforço e verdadeiro valor, trouxessem ou não medalhas! Estes sim são atletas portugueses!</div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-25898358873996047432008-06-27T01:31:00.000-07:002008-06-27T01:57:10.653-07:00E foram felizes para sempre. Ou não.<div style="text-align: justify;">Este era o final dos contos tradicionais que me liam na infância. Nunca pensei muito se acreditava ou não nesta sentença final. Mas, ultimamente, tenha constatado que a tradição já não é o que era e que cada vez mais conheço pessoas a sofrer por causa de um fim. Anunciado ou não. E juro que não consigo compreender.<br />Casei há mais de uma dezena de anos. Por amor. Óbvio! E casei convictamente de que era este homem que eu tinha escolhido para o resto dos meus dias. É nele que confio todos os pequeninos nadas da minha existência. Tenho a certeza absoluta que sou a sua melhor amiga. Olho com muito orgulho a filha que nasceu do nosso amor e sei que ele é a minha alma gémea. E nutro por ele um amor tão grande, tão avassalador, que às vezes me parece nem ficar contido no peito. Continuo apaixonada como no primeiro dia.<br />Ontem soube da notícia da decisão de divórcio por parte de uma amiga. Que está muitíssimo triste, devastada com essa certeza. E pensei como deve doer. O que faria se fosse comigo. Como é injusta esta vida em que nos damos a alguém por uns anos, entregamos-lhe toda a nossa vida, coração e alma, para que essa pessoa amachuque essa dádiva com as duas mãos, essas que anteriormente nos acariciavam e seguravam nos bons e nos maus momentos. Como é que o sentimento acaba? Que sinais deixa? Como é possível sermos surpreendidos? Como é que podemos fazer de tudo, mas o outro não percebe o quanto sofremos e o quanto tentamos, até chegar a um ponto em que se acha estar a enlouquecer? Por que é se deixa de investir na relação? Como se pode magoar tanto assim? Porquê? Porquê?<br />E se fosse comigo? Como arranjaria forças para continuar? Como poderia sair da nossa casa e começar tudo do zero? O que é que eu fazia do quarto da Leonor? Pintaria as paredes da mesma cor? Tentaria construir noutro sítio esse mesmo espaço? E as coisas para dividir? O que se faz com as fotografias felizes guardadas no álbum de recordações? E os móveis? E as prendas que o outro nos deu ao longo dos anos? Para que quereria eu a cama, se estava vazia do outro lado e com o teu cheiro nos lençóis? O vestido de noiva, o anel, as lembranças, a vida, arrumados em caixotes. Um coração pequenino que tem outra vida para cuidar e que não se pode dar ao luxo de entrar em depressão, a ter uns dias de sofrimento a sós, deitado na cama? E os fins-de-semana, de quinze em quinze dias em que o filho vai embora? E a solidão, meu Deus, a solidão?Como começar tudo de novo? Como te esquecer? Como sobreviver?<br />Não sei o que dizer à S. Não sei como diminuir o seu sofrimento. Apenas posso abraçá-la, dar-lhe o meu apoio. Tendo a certeza que isto não é nada. Tenho alguém que sofre à minha frente e não há nada que possa fazer. Nada. Só dar-lhe o meu ombro amigo.<br /></div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-26331661011322043232008-04-14T02:28:00.000-07:002011-01-19T04:59:49.959-08:00A palavra é de prata, o silêncio é de ouro<div align="justify">Fascina-me o facto de existirem, na nossa vida, alturas em que caminhos semelhantes se cruzam com os nossos.<br />A infertilidade pairou na minha vida durante dez anos. Foram dez anos de sonho, ilusão, desilusão, tristeza, esperança, fé e muita dor. Ser mãe era um objectivo de longa data e foi o sonho que mais demorei a realizar na minha vida. Primeiro foi o aborto espontâneo, mais tarde uma vida que acabou subitamente às 23 semanas de gestação, depois a longa espera por uma réstia de esperança, por um desejo que se iria realizar finalmente há dezasseis meses.<br />Nestes dez anos, muita coisa mudou. Quando tive de enfrentar este problema, eu não dispunha do recurso à Internet, nem tão-pouco conhecia alguém que tivesse passado por isto. E todas a minhas amigas casaram depois de mim e têm agora filhos pré-adolescentes. Depressa tive de lidar com as perguntas intrometidas e inconvenientes: o casual “então quando é que mandam vir o bebé?”, que se me tornou odioso e incómodo. O sorriso falso, a disfarçar uma dor inconfessável e um desejo calado. Um grito no silêncio da minha dor, que me enchia a garganta e que parecia explodir, mas que eu tinha de segurar, dizendo que ainda era cedo, que qualquer dia se veria. É que, na infertilidade, além de termos de lidar com uma incapacidade do nosso próprio corpo, com a sensação de injustiça, impotência, revolta, o sentimento de diferença perante todos os outros casais, tem de se lidar com a estupidez alheia, com o fingir que está tudo bem quando cá dentro só vive o vazio de uma vida que anseia por outra que não aparece. Por lição de vida própria, não faço este ou outro tipo de perguntas a ninguém: porque há muita coisa na vida (filhos, casamento, relações, …) que depende de factores alheios a nós e que causam a diferença. E que é que quer ser diferente de forma imposta? Sou muito mais de ouvir, de contar, do que de perguntar. Não tenho de saber da vida de ninguém para ser mais ou menos amiga.<br />Depressa aprendi que o silêncio era o meu melhor aliado. Se contava o problema, olhavam-me com ar de pena. Tive amigas que não me contaram quando estavam grávidas, por medo da minha reacção. Houve pessoas de quem soube da gravidez por terceiros. E juro que não ficava com raiva, ficava feliz, imensamente feliz por sentir que alguém, pelo menos, iria alcançar uma coisa que eu desejava. Mas esta pena, este medo incompreensível, rapidamente me remeteram ao silêncio. E não falando, a pessoa cala o sofrimento, fecha-se ainda mais no vazio do seu desejo e no silêncio da sua dor. Sentia-me incompreendida. Quando perdi a bebé, uma familiar do meu marido disse-me, à laia de consolo, que eu iria ter outros filhos. Como se a morte de um, pudesse ser substituída por outro. Ainda hoje lhe guardo mágoa. Como pôde dizer-me aquilo? Por que não ficou calada? Mas, neste percurso de dor, houve também raras pessoas que se revelaram pela sua imensa generosidade. A minha S., por exemplo. Era uma colega de trabalho, como tantas outras. Tinha sido mãe há meses. E quando me telefona a saber como estava a decorrer a gravidez, tinha eu perdido a bebé há uma semana, ela chorou. Não éramos minimamente ligadas, pelo menos eu não era e ela chorou, quando tantos e tantos amigos se remeteram ao silêncio, fingindo que nada se passava. Também reconheço a dificuldade da reacção…afinal o que se diz numa hora destas? Escusado será dizer que ela é hoje uma das minhas mais preciosas amigas. Com esta eu sei que posso contar!<br />O silêncio. Os anos a passar, um desejo ansiado, calado, escondido. A dor física dos exames, dos tratamentos, o medo de falhar, o medo do desconhecido. A minha única ajuda foi um livrinho sobre infertilidade que ainda hoje guardo. Esse livro era o meu apoio, porque explicava os procedimentos, os problemas, os tratamentos… A dor psicológica da espera, a felicidade de não termos nenhum problema que impedisse uma gravidez, mas, ao mesmo tempo, a incompreensão de não sabermos identificar a causa de não ficar grávida.<br />A par disto, a recordação terrível da perda. Os três dias em trabalho de parto, sem poder ter visitas, numa sala onde ouvia constantemente nascer bebés atrás de bebés. E eu sabia que saía de lá com o colo vazio, porque sabia de antemão que os bebés não sobrevivem com aquele tempo de gestação. Ainda hoje os meus olham se inundam de lágrimas só de me lembrar. Naqueles dias deixei de acreditar que existia Deus, revoltei-me muito. Ironicamente, junto a mim, estava uma rapariga, com as mesmas semanas de gravidez, que tinha provocado um aborto. Que injustiça, pensava. Por mais que passe nesta vida, apesar de ter alcançado o meu sonho, nunca, nunca, nunca mais me posso esquecer destes maus momentos. Por mais que as minhas palavras me doam, elas são insuficientes para exprimir a violência destes momentos e o quanto me marcaram e fragilizaram.<br />Para ajudar, a minha mana estava grávida, de mais duas semanas. E eu tive de ver a barriga dela gigante, a crescer, e ter de lidar com a minha, vazia de sonhos, oca de tudo. Caí em depressão. Reservei-me ainda mais. Tanto que só muito poucas pessoas acompanharam os tratamentos que fiz e a maior parte das pessoas que me rodeiam só souberam da minha gravidez, quando estava de doze semanas.<br />Apesar de tudo isto, consegui. Não desisto das coisas que quero na minha vida. E hoje já não me calo mais, tenho a absoluta necessidade de dizer, de contar que isto me aconteceu. Porque a infertilidade não é tão rara quanto se pensa. Porque cada uma de vós que me lê conhece, se calhar, alguém que sofre com este problema, e não sabe que há uma vizinha, uma amiga, uma colega, um familiar, bem próximo, que cala a sua dor como eu calei a minha. E num espaço de tempo curto, descobri no emprego pessoas que passaram por isto e hoje têm filhos. Uma conhecida do ginásio está em tratamentos. A minha querida C. lida agora com o sabor amargo da primeira desilusão, após o primeiro tratamento.<br />Hoje almoçava no Centro Comercial, quando ouvi o meu nome. Era uma colega de há quatro anos. Casada há muito tempo, sem filhos. Desconfiava. Disse-me que eu estava diferente. Reconheci que estava mais gorda, mas tinha sido mamã, reforçando, o finalmente. Ela percebeu. Perguntou se tinha havido problemas. Contei-lhe tudo, entre dentadas no hamburguer. Confessou-se. Está a tentar, já fez duas IAC no privado. Contei pormenores, dei referências, ofereci apoio, dei conselhos. Que seguisse a sua vida sem fazer do filho o único sonho. Que se resguardasse, porque o lidar com uma desilusão é muito mais difícil quando temos de nos fazer de fortes, perante os outros. E que acreditasse que era possível. Estas foram as minhas premissas para o sucesso. E é estranho como me sinto feliz por ter ajudado. Ela premiou-me com o facto de me ter dito que era a primeira vez que revelava tantos pormenores sobre a sua situação, vi que a tinha ajudado porque, nem que fosse por breves momentos, achou em mim uma igual na sua (nossa) diferença. Porque houve uma partilha, um reconhecimento, uma compreensão da dor que cada uma de nós passou.<br />Hoje tenho muita vontade de não me calar. Falar destas coisas, desmistificá-las, ver que não somos os únicos a sofrer, que somos milhares de casais e que há uma taxa de sucesso e há muita vitória também. É preciso que se saiba. E cada vez que recordo das paredes do serviço de infertilidade, cheias de fotografias de recém-nascidos e de cartas de agradecimento, lembro-me que todos os dias ali se fazem milagres da ciência, ali é a verdadeira fábrica da felicidade. E sempre acreditei que um dia seria eu a escrever aquelas palavras. Tenho vontade de entrar naquele piso, abrir as pesadas portas e gritar pelo corredor fora, para todos os casais desalentados que lá estão, que aquele um dia foi o meu caminho, a minha tortura, a minha fé, o meu acreditar. E que consegui.<br /><br />Na vida da minha querida C., desejo que os dias que faltam sejam muito poucos. Quero muito que as amigas e conhecidas e desconhecidas deste mundo sejam bafejadas pelo macio e suave toque mágico da maternidade. E um dia também hão-de conseguir! </div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8134884984996474121.post-11531048373565546862008-03-11T06:23:00.000-07:002008-03-11T06:55:59.111-07:00Para sempre, talvez<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://cinema.sapo.pt/gfx/446237.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px;" src="http://cinema.sapo.pt/gfx/446237.gif" border="0" alt="" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Na segunda fomos ao cinema. Sem estar a contar, aproveitando uma pausa de algumas horas. Almoçámos e decidimos.<br />Gosto de comédias românticas, aliás gosto de quase todo o tipo de filmes. Não vejo muito cinema dito alternativo, procuro apenas passar uma hora divertida, sem pensar muito. A escolha recaiu no « Definitely, maybe» de Adam Brooks, que tinha estreado há pouco mais de uma semana.<br /><br />O protagonista é Will, um pai que está prestes a divorciar-se. Um dia, em casa com a pequena filha, Maya, esta pergunta-lhe como é que conheceu a mãe e como se apaixonaram. Inicialmente, o pai fica reticente, mas decide propor um desafio à filha: contar-lhe toda a história do seu relacionamento com a mãe e com outras duas namoradas, usando nomes falsos, tendo Maya de descobrir qual das mulheres descritas será a mãe. As três mulheres: Emily, April e Summer - têm personalidades distintas, mas são igualmente atraentes. Emily é a namorada do tempo do liceu, cheia de receios perante as ambições políticas de Will e a mudança dele para Nova Iorque. April é uma inconformista. Não acredita em promessas eleitorais e contenta-se com as soluções fáceis da vida. Summer é uma livre de espírito,ambiciosa jornalista, que ser relaciona com um professor muito mais velho. O final ensina-nos uma importante lição sobre a fugacidade das coisas e as oportunidades que surgem quando menos percebemos.<br />Não consegui adivinhar quem era a mãe, mas acertei em cheio na dona do coração de Will. Filme fantástico, comovente, leve, que me fez imaginar momentos com a minha filha, quando ela for mais velha, sobretudo no que toca à relação com o pai.<br /><br /></div>Mariahttp://www.blogger.com/profile/13437428565026036861noreply@blogger.com4