segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Num quarto de hotel ao pé de nós

Aconteceu um assassinato horrível de uma pessoa, conhecida por sinal. Podia ser um anónimo, mas não era e isso também não faz diferença alguma. O que faz diferença e que a mim me toca profundamente, para além do tirar a vida de mais um ser humano, é isso ocorrer com pessoas que, alegadamente, se conheciam intimamente. E este caso trouxe-me à memória o crime horrendo de Fortaleza, em que um amigo mandou matar outros seis amigos, movido apenas pelo interesse material.
Assusta-me este mundo em que vivemos. Causa-me espanto, perplexidade e medo perceber que num clique tudo pode mudar e que por mais que conheçamos o outro, podemos nunca lhe adivinhar as ideias, a traição, a maldade. Não há aí casamentos sem amor que escondem a violência conjugal por detrás?-.. mães que matam os filhos... filhos que batem nos pais... amigos que traem, que vendem, que matam?...
Depois vêm as anedotas, a piadola fácil sobre o tema... como se o que estivesse em questão fosse mais a preferência sexual do falecido do que a gravidade do assassinato. Que mudou irremediavelmente a vida de duas pessoas e das suas respectivas famílias e grupos de amigos. Quem privou de perto e nunca suspeitou o desenlace fatal... Os pais que criaram um filho, um menino bonito, com estudos, com tudo para ser feliz...
Disto tudo fica a certeza que nunca conhecemos verdadeiramente o outro e, se calhar, nem a nós próprios. E o medo desse desconhecido, desse(s) mundo(s) encobertos que tentamos em vão procurar nas pessoas que nos rodeiam...

Um comentário:

Maraffaada disse...

:-((( É mesmo... Esta situação faz pensar em muita coisa. O que terá levado um jovem, aparentemente "normal" (o que é isto de "normal"? também tem muito que se lhe diga) a chegar a um tal extremo?... Arrisca prisão perpétua, destroi a sua vida, a vida da sua família... Deixou-se cegar pela ambição, alinhou num "jogo" cujas regras não conseguiu seguir... Enfim...