sábado, 17 de setembro de 2011

Poupança e ementa semanal

Planear refeições para toda a semana é uma forma inteligente de poupar em duas coisas importantes: gasolina/gasóleo e tempo, tão precioso nas nossas vidas ocupadas. De resto, se o fizermos num dia do fim de semana, não é assim tão difícil. Ora vejamos:
- Antes de mais, convém alternar entre refeições de carne e peixe. Atenção redobrada para quem tem filhos na escola, para que a criança não repita ingredientes nas refeições principais. A nossa ementa deverá ser suficientemente maleável, caso se detecte alguma repetição no cardápio;
- Atenção às datas de validade/conservação dos produtos. Opte por selecionar ementas com os ingredientes que já dispõe em casa;
- Faça listas de alimentos que possui na despensa, congelador e frigorífico. Assim as compras tornam-se facilitadas, porque sabe exatamente o que tem ou não em casa e o que precisa comprar.
- Diversifique. Escolha produtos diferentes nas ementas. Privilegie os alimentos sazonais. Arrisque e procure fazer coisas novas, de vez em quando.
Agora que começou o ano letivo, vou procurar estar mais atenta à gestão do meu tempo. Vou tentar disciplinar-me e ser mais organizada, porque há muita coisa que fica por fazer por não gerir adequadamente o meu tempo.
Esta semana, a ementa será a seguinte (jantares):

2ª - Sopa. Peixe-espada grelhado, batata cozida e salada (rúcula, alface, tomate cherry e milho). Manga.
3ª - Sopa. Frango cozido e passado à frigideira, arroz branco e grelhos salteados. Maçã.
4ª - Sopa. Lulas à moda da D. Amélia com batatas a murro e bróculos cozidos.Pêra.
5ª - Sopa. Bifes de perú com fusilli e legumes estufados.Melão.
6ª - Sopa. Tranches de pescada com broa, batata e esparregado. Diospiro.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Scott Parazynski - lições de vida


Quando a Embaixada dos Estados Unidos nos dirigiu o convite para estarmos presentes na sessão «À conversa com o astronauta Scott Parazynski», eu apenas supus que se tratava de mais uma palestra e mais uma visita de estudo.
Ao entrarmos no auditório do Pavilhão do Conhecimento, constatei que o astronauta era muito mais jovem do que eu estava à espera. E com as suas primeiras palavras, percebi que a sessão iria ser muito mais enriquecedora do que eu julgava a priori. A voz é pausada, suficientemente perceptível, num inglês cuidado e bem articulado. A presença de Scott é magnética, carismática. A simpatia, a humildade, o sentido de humor completamente desarmantes.
A sessão foi acompanhada pela projecção de fotos da sua vida. E contou-nos como tudo tinha começado num sonho de um rapazinho que ousou querer ser astronauta. Explicou-nos pormenorizadamente as suas missões no espaço, relatou-nos pormenores sobre a vida a bordo, sobre as emoções, sobre o ver a terra do espaço.
Em seguida, descreveu-nos a sua subida à montanha mais alta do Evereste. Scott foi o primeiro astronauta a fazê-lo. Descreveu-nos as condições terríveis, os perigos, a absoluta necessidade do outro. Confidenciou-nos que é mais perigosa e assustadora uma subida à montanha mais alta do mundo, do que estar em missão no espaço. Falou-nos do valor, da importância sem preço da equipa. E referiu-se simultaneamnete à sua equipa no espaço, composta pelos mais reconhecidos astronautas do mundo, e à equipa que o acompanhou na façanha do Evereste, constituída quer por montanhistas, quer pelos simples carregadores. Revelou que continua a sonhar, desta feita como médico, porque está envolvido em importantes pesquisas sobre o cancro e a forma de curar doenças.
De súbito, fiquei absorvida e encantada com o magnetismo deste homem. Como pode alguém tão importante ser tão terra-à-terra e tão humilde? Estive perante um homem que já esteve onde poucos humanos estiveram, que é simpático, nada arrogante, que nos conta dos seus sonhos como quem relata uma qualquer história que lhe aconteceu. Uma profunda admiração cresceu dentro do meu peito. É nestes momentos da vida que me sinto minúscula, que me sinto esmagada pela cultura, pela sabedoria de alguém. Lições de vida. E esta sensação faz-me sentir a necessidade de me ultrapassar, de conhecer mais, de me tornar melhor. De vez em quando, muito menos do que eu gostaria, sinto que alguém abala profundamente a minha vida rotineira, e me faz desejar mais. Porque há muitos homens, há alguns homens que sonham e há aqueles que sonham com o (im)possível, concretizam os seus desejos e continuam a ser audazes o suficiente para continuar a fazê-lo, uma, duas, muitas vezes. Porque nada é impossível e porque, realmente, o sonho comanda a vida. E se Scott Parazynski conseguiu, é porque não cruzou os braços e ficou sentado à espera que a vida acontecesse.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

À Pipoquinha, a todas quantas calam e sofrem em silêncio, fica aqui um post que já esteve publicado e que estava guardado no arquivo, em rascunho. Porque é posssível voltar a sorrir de novo! :))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Num quarto de hotel ao pé de nós

Aconteceu um assassinato horrível de uma pessoa, conhecida por sinal. Podia ser um anónimo, mas não era e isso também não faz diferença alguma. O que faz diferença e que a mim me toca profundamente, para além do tirar a vida de mais um ser humano, é isso ocorrer com pessoas que, alegadamente, se conheciam intimamente. E este caso trouxe-me à memória o crime horrendo de Fortaleza, em que um amigo mandou matar outros seis amigos, movido apenas pelo interesse material.
Assusta-me este mundo em que vivemos. Causa-me espanto, perplexidade e medo perceber que num clique tudo pode mudar e que por mais que conheçamos o outro, podemos nunca lhe adivinhar as ideias, a traição, a maldade. Não há aí casamentos sem amor que escondem a violência conjugal por detrás?-.. mães que matam os filhos... filhos que batem nos pais... amigos que traem, que vendem, que matam?...
Depois vêm as anedotas, a piadola fácil sobre o tema... como se o que estivesse em questão fosse mais a preferência sexual do falecido do que a gravidade do assassinato. Que mudou irremediavelmente a vida de duas pessoas e das suas respectivas famílias e grupos de amigos. Quem privou de perto e nunca suspeitou o desenlace fatal... Os pais que criaram um filho, um menino bonito, com estudos, com tudo para ser feliz...
Disto tudo fica a certeza que nunca conhecemos verdadeiramente o outro e, se calhar, nem a nós próprios. E o medo desse desconhecido, desse(s) mundo(s) encobertos que tentamos em vão procurar nas pessoas que nos rodeiam...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A estranha leveza da amizade

Estranhas as amizades hoje em dia...
Tenho vindo a descobrir que as amizades, pelo menos na minha vida, tem um novo significado com o passar dos anos. Quando era criança, amigos eram os filhos dos amigos dos meus pais. Entramos depois para a escola e temos a liberdade de escolher os nossos próprios amigos.Porém, normalmente, estes duram o tempo de um ano lectivo, porque não havia recursos na altura para que a amizade fosse perpetuada. A distância matava as emoções e fazia com que nos fossemos desligando.
Lembro-me que, com doze anos, tive a minha primeira grande amiga. Passou a ser das pessoas mais importantes para mim, era com ela que partilhava a minha vida toda, a quem pedia conselhos, parecia ser à face da Terra a única que verdadeiramente me compreendia. Durante toda a adolescência, ela esteve presente. Afastámo-nos um pouco por volta dos 18/20 anos, para depois continuarmos a ser grandes amigas. Até ao dia em que eu casei e ela não apareceu. Sem justificações lógicas e com uma explicação que vim a comprovar ser mentira. Curiosamente, deu a mesma desculpa ao seu melhor amigo, que fora o meu primeiro namorado. E como mais depressa se apanha um mentiroso... desliguei-me aos poucos, pela distância, pela desilusão, pelo bulício do dia-a-dia.
Desde aí mantenho amizades que duram há vinte anos. Mesmo que só nos vejamos três ou quatro vezes por ano, sabemos que aquelas pessoas estão ali. É certo que o facto de estarmos longe, de estarmos casadas, de termos filhos com idades diferentes também não é um factor de maior aproximação. Mas sinto saudades do tempo em que as amigas partilhavam mais o dia-a-dia.
E depois vêm as amigas que vão aparecendo do nada na nossa vida. Pessoas com quem antipatizámos ao primeiro contacto e que descobrimos depois na adversidade. Com quem descobrimos todas as vezes que estamos juntas que temos mais e mais pontos em comum. Que sabemos que são daquelas amigas que estão para o bom e, sobretudo, para o mau. Que riem connosco, que pensam em nós, que nos dão colo e a mão quando caímos.
Depois há as amigas que aparecem e desaparecem, como se nada fosse. Que nos convidam para os aniversários dos filhos e que desaparecem o resto do ano. Que nos usam quando precisam e depois se esquecem de retribuir. Que só têm silêncio para oferecer. E que se admiram depois de não terem amizades verdadeiras para contar...
E ainda há, para gáudio da minha vida, aquelas que conhecemos da forma mais improvável, com quem nos sentimos nós próprias, com quem começámos por partilhar coisas pequeninas e depois progressivamente maiores. Aquelas que nos surpreendem com um telefonema, um sms, uma mensagem no FB... e quando reparamos já fazem parte da nossa vida, porque nos conquistaram.
É verdade o que diz a raposa d' O Principezinho: para que eu seja teu amigo, tu terás primeiro de me cativar. E aí sim, eu aprenderei a distinguir o ruído dos teus passos de todos os outros... qualquer coisa assim.
Acho que hoje em dia as pessoas se esqueceram de cativar. Usam mais do que devolvem, querem mais do que dão. Engraçado como tenho tantas amigas que lancham na minha casa, mas que nunca me convidaram para um lanche na delas. Engraçado como, na maioria das vezes, acabo por mandar mais sms e telefonar mais do que receber telefonemas. Bom saber que vou a tantos e tantos funerais e que quando o luto me tocou a mim, não tive ninguém do meu lado.
Bater com a cabeça, faz com que criemos resistências maiores, mas também que acabemos por nos resguardar mais. Com que nos desiludamos e nos perguntemos mil vezes por que motivo é que nos acontecem sempre estas coisas...
Não será possível manter as amizades e fazê-las crescer ao longo da nossa vida? Sem hipocrisias, sem "caganças", só com o coração puro e vontade de ajudar/apoiar o outro, dando e retribuindo, partilhando e comunicando? É este século o mais solitário de todos? Tantos recursos para falarmos, tanta tecnologia, mas tanta solidão... Para que servem os amigos das redes sociais, se eles não estão nem partilham da nossa vida? Às vezes, a história do coveiro da reportagem da Sic que tinha centenas de amigos, mas que não tinha ninguém na sua vida, faz acreditar que há muitas mais situações idênticas no país e no mundo. E que permanecemos iludidos muito mais do que queremos admitir...