segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Insustentabilidade do ser

"E essa é a minha virtude: não me enganar a mim, nem enganar ao senhor. Porque não vale a pena, o senhor não merece uma mentira".
Onze Minutos, Paulo Coelho

Esta é também a minha virtude. Não tanto porque os outros não mereçam o trabalho de inventar-lhes desculpas, mas porque dizer a verdade é uma libertação e, de certo modo, uma ousadia. Permaneço fiel a mim própria, mesmo que todos se afastem de mim. Porque, no fundo, eu tenho de fazê-lo para me sentir viva, para que não sinta que me defraudei. Mas a grande questão coloca-se: Será que são os outros merecedores desta transparência? Quem, no meu círculo de amigos, me dirá sempre o que pensa? Quem conhecerei de facto? E, no meio desta meia dúzia de frases, vejo como a complexidade destes pensamentos me impede de sentir-me como mais uma no meio da multidão. Deve ser por isso que me sinto sempre tão só... e tão profundamente magoada.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Pantera Negra

Consensual. Único. Humilde. O rei. Estas são algumas palavras que definem o homem e o mito, cujo nome atravessou gerações, não só pelos feitos futebolísticos, mas pela forma como esteve presente toda a vida no seu clube do coração e na Seleção Nacional. Um verdadeiro embaixador do futebol, do fair-play e de Portugal.  E o rei faleceu precisamente um mês depois de Nelson Mandela e foi sepultado em dia de Reis. 
Juntamente com Amália, é reconhecido mundialmente como um dos ícones de Portugal. A sua vida foi marcada pela pobreza do bairro da Mafalala, depois pelo reconhecimento alcançado como jogador do Benfica e da Seleção das Quinas. Vieram depois as lesões, as múltiplas lesões, a abnegação, o ultrapassar da dor ao serviço do seu clube. O afastamento e o esquecimento. Eusébio, depois do Benfica, jogou num clube da segunda divisão, jogou no Canadá e nos Estados Unidos. Esteve afastado do mundo do futebol português, até alguém  ter feito ressurgir, qual Fénix renascida, a figura do mítico jogador para o primeiro plano. Apesar dessa fase negra, Eusébio foi ainda acarinhado e reconhecido até ao fim da sua vida, o que não é comum em Portugal.
Os reis não morrem nunca. Portugal soube reconhecer o seu rei. As múltiplas homenagens espontâneas prestadas no cortejo fúnebre, junto à estátua, a cobertura dada internacionalmente, são provas inequívocas do carinho, do valor que cada português dava ao seu ídolo. E é bonito de ver esta espontaneidade, esta convergência de afetos em relação a Eusébio.
Depois também há o espaço para a polémica. As declarações oportunistas e inoportunas. A questão dos custos da transladação para o Panteão Nacional.  O aproveitamento político e social da morte de um homem.
 
Mas tudo isto será esquecido um dia. A glória, o carisma, a força deste homem são imortais. Há pessoas que nunca serão esquecidas, por mais que passem os anos. O tamanho que têm é incomensurável. Fazem parte da história, são um bocadinho de nós, e por isso jamais desaparecerão.  Até sempre, Eusébio.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Em 2013...


Passei a passagem de ano na minha casa, rodeada pela minha família, coisa que já não fazia há muito tempo. Assisti à queda do primeiro dente de leite da minha filha. Preparei com emoção a vinda da Fada dos Dentes. Emocionei-me ao ler a avaliação da pré, onde se destacava que havia traços do carácter da minha filha que muitos adultos não possuíam. Continuei a zumbar e a gostar cada vez mais das aulas, tornando-me assídua no ginásio. Fortaleci amizades. Dececionei-me um bocadinho com uma das pessoas que considerava uma das minhas melhores amigas. Levei amores de Azeitão para os colegas de turma da pequenota. Participei em caminhadas diversas e em algumas provas de atletismo (na caminhada). Fui a mais manifestações do que tinha memória. Fui convidada para ser madrinha da minha turma de 12º. Fiz duas escapadinhas. Assisti à tosquia de uma ovelha pela primeira vez. Participei na primeira Color Run em Lisboa e adorei cada momento. Comprei uma máquina fotográfica melhor. Fiz uma mini horta. Assinei a primeira fita da minha filha. Dancei zumba com uma grande amiga, várias vezes. O cancro atingiu uma das minhas amigas e levou uma das minhas colegas. Conheci o Buddha Éden e voltei ao Mercado Medieval de Óbidos e à Kidzania. Lisboa foi o destino de dois passeios maravilhosos que demos com olhos de turista. Andei no mítico 28, pela primeira vez. Encomendei os primeiros livros escolares da minha formiguinha. Passei uma semana de férias fabulosa no Algarve. Fui ao Festival do Marisco e assisti a um concerto dos Xutos. Toquei numa raia, num dragão barbudo e num monitor da savana. Voltei ao Zoo. Fui a uma zumba party. Passei a frequentar a catequese de pais, para apoiar a catequese da filhota. Fui novamente convidada para ser madrinha da minha turma de 12º. Fizemos uma mini sessão fotográfica. Regressámos à Feira da Golegã. Ganhei diversos prémios em passatempos que participei. Chorei de emoção ao ver-te ser atriz principal numa peça de teatro. Perdi peso e voltei a ter um IMC considerado normal.