sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Pantera Negra

Consensual. Único. Humilde. O rei. Estas são algumas palavras que definem o homem e o mito, cujo nome atravessou gerações, não só pelos feitos futebolísticos, mas pela forma como esteve presente toda a vida no seu clube do coração e na Seleção Nacional. Um verdadeiro embaixador do futebol, do fair-play e de Portugal.  E o rei faleceu precisamente um mês depois de Nelson Mandela e foi sepultado em dia de Reis. 
Juntamente com Amália, é reconhecido mundialmente como um dos ícones de Portugal. A sua vida foi marcada pela pobreza do bairro da Mafalala, depois pelo reconhecimento alcançado como jogador do Benfica e da Seleção das Quinas. Vieram depois as lesões, as múltiplas lesões, a abnegação, o ultrapassar da dor ao serviço do seu clube. O afastamento e o esquecimento. Eusébio, depois do Benfica, jogou num clube da segunda divisão, jogou no Canadá e nos Estados Unidos. Esteve afastado do mundo do futebol português, até alguém  ter feito ressurgir, qual Fénix renascida, a figura do mítico jogador para o primeiro plano. Apesar dessa fase negra, Eusébio foi ainda acarinhado e reconhecido até ao fim da sua vida, o que não é comum em Portugal.
Os reis não morrem nunca. Portugal soube reconhecer o seu rei. As múltiplas homenagens espontâneas prestadas no cortejo fúnebre, junto à estátua, a cobertura dada internacionalmente, são provas inequívocas do carinho, do valor que cada português dava ao seu ídolo. E é bonito de ver esta espontaneidade, esta convergência de afetos em relação a Eusébio.
Depois também há o espaço para a polémica. As declarações oportunistas e inoportunas. A questão dos custos da transladação para o Panteão Nacional.  O aproveitamento político e social da morte de um homem.
 
Mas tudo isto será esquecido um dia. A glória, o carisma, a força deste homem são imortais. Há pessoas que nunca serão esquecidas, por mais que passem os anos. O tamanho que têm é incomensurável. Fazem parte da história, são um bocadinho de nós, e por isso jamais desaparecerão.  Até sempre, Eusébio.

Um comentário:

Maraffaada disse...

Verdade, verdadinha, tudo o que dizes. Um verdadeiro senhor, um rei, mas de uma humildade e de uma simplicidade imensas, que tornaram a sua grandeza ímpar e que farão dele um dos heróis imortais da nação!